sexta-feira, setembro 19, 2008

LÁGRIMAS PARIDAS

ANDEI POR AÍ
ANDEI SOFRENDO
FIZ UM PARTO
DAQUELE PARTO

QUE ME PARTIU
E QUE PARTIU
E ME FLECHOU
E ME FECHOU
E ME DEIXOU

FOI SEM PENSAR
ALÉM DO MAR
NÃO SEI NADAR
SÓ ME APOIAR

FOI UMA ARESTA
DE UMA FRESTA
FOI UM TORMENTO
FOI UMA CULPA

VOLTEI AQUI
PRA ME SENTIR
ME APALPAR
E VELEJAR
ALÉM DO MAR

PODER TE VER
PODER TE BEIJAR
PODER TE CRER
PODER TE AMAR

quarta-feira, setembro 17, 2008

TENHO PENSADO

Sinceramente, resolvi mandar um e-mail para os meus amigos dizendo: “ Vocês estão proibidos de me telefonar. Não quero saber os seus segredos e não quero que o mundo saiba dos meus cabeludos" pra quem sabe depois subir na montanha mais alta e padecer de sofrimento no frio...

Você acha que eu estou louca? Então me explica como é que eu ainda posso me sintir à vontade para falar ao telefone se as pessoas não são grampeadas sozinhas?

Todo o pobre mortal que conhece alguém melhorzinho de vida está sujeito ao grampo, pois o infeliz não fala sozinho ao celular, ou fala? Não. Mas agora você pode estar resmungando: “ Quem manda ela ter boas relações...” E eu te respondo: “ Se eu me misturasse com gentalha vocês reclamariam; se falo com o rico, sou grampeada por tabela com ele; se falo com o político, estão todos grampeados: o corrupto porque o é, e o não corrupto porque pode ter algum podrezinho amoroso para servir de dossiê para o primeiro; se é juiz, tá grampeado. E pode ser que o grampeado também mande grampear e receba revanche do grampeado; se falo com o pobre, ele fala demais e vai contar podres que ouviu dizer e eu vou ter que testemunhar; se eu for do governo, eles me grampeiam; se eu for da oposição o outro me grampeia;

Tá confuso? Agora imagine, eu pensei bem e descobri que tá todo mundo lascado com esta ambição desmedida do homem, que não respeita mais nem a vida privada que já é tão esculhambada por outras mazelas humanas.

Sei, agora, vai dizer que é exagero. Ah é? Pois imagine você grampeado até na hora do gemidinho... um bando de arapongas sanguinários ouvindo teus As e Bs , rindo da tua simplicidade, da tua boa-fé, enquanto você se lasca para pagar os impostos que garantirão a boa vida deles.

Pense devagar, sem pressa, e depois me diga em que planeta você vai querer morar. Agora calma, meu fio, porque eu pensei primeiro. Então qualquer que seja o planeta que você ache o melhor: ele já é meu por direito. Ih! Puta merda, para que você foi responder? Agora eles já ouviram e vão chegar ao nosso paraíso antes. Besta, dançamos. Quem manda você falar demais...


APENAS UM TOC

A vida moderna, sequenciada por tudo que a cerca, têm suas vantagens: oferece instrumentos ao homem para que ele possa melhorar, se aperfeiçoar. Contudo, devido ao grande potencial mental, por estar cercado por elementos e variáveis estranhas, muitas são as marcas poderosas deixadas no homem.

É na mente que se encontra a capacidade de armazenar traumas que, se não forem sublimados ou analisados com ajuda profissional, tendem a se tornar malditos companheiros, transfigurando a existência das pessoas e criando-lhe sujeições nas mais variadas esferas da vida cotidiana.

Nesse sentido, é importante falar de uma das conseqüências mais curiosas e corriqueiras de um trauma: o TOC. (TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO), que faz com que a pessoa tenha a mente sobrecarregada por elementos traumáticos, tornando-se um constrangido e envergonhado escravo, muitas vezes discriminado pelos leigos ou pessoas que com ele convive.

Muitas são as possibilidades que geram o surgimento do TOC.

Pode ser desencadeada pela morte de um ente querido; por pressão demasiada sofrida na infância; não aceitação ao ambiente em que vive; e, sobretudo, em pessoas que já sofreram algum tipo de abuso sexual, principalmente na infância e não dividiram esta dor com alguém, criando alforjes pesados para o seu suporte.

Ao optar por não compartilhar sua dor o ente acaba privando-se de ajuda e passa a alimentar uma angustia que só tende a transformar-se em revolta, causando-lhe um transtorno capaz de transfigurar o comportamento de forma lenta e poderosa, pois é fato que uma dor represada é um perigo potencial para qualquer mente sã.

Entretanto, não estou dizendo que a experiência dolorosa, necessariamente, vá desaparecer de sua mente e que os problemas acabarão num passe de mágica. Afinal de contas, cada caso exibe sua singularidade, pois singular é a pessoa e infelizmente (ou felizmente) a mente humana não vem acompanhada de um manual (vai que ele cai na mão de um humano, aí o diabo vira moleque).


Outro aspecto importante a ser citado sobre traumas dessa natureza é o quanto é comum que a vítima comece a se torturar achando que tudo só aconteceu porque vacilou, deu bobeira, ou porque deixou de fazer isso ou aquilo.

A pessoa olha pra trás, para e pensa: “Eu poderia ter feito isso” ou “eu não deveria ter ido a tal lugar” poderia ter gritado, enfim... a mente procura exercer fixações inerentes a algum aspecto que tenha envolvido o evento desencadeador. Também é comum que a pessoa que foi agredida passe a considerar o lugar da agressão como maldito, e não mais se permita passar por ali,ou por qualquer semelhante. Iniciando assim uma verdadeira peregrinação, andando mais, ou buscando ruas diferentes no afã de evitar o contato com qualquer similaridade com o evento, pois fixou a idéia de que ao passar por alí o pior poderá se repetir.

É freqüente também que traumas se desenvolvam a partir de situações como essa: a mãe havia dito à criança que não percorresse tal caminho, pois o mesmo era perigoso, escuro, etc. Mas a pessoa insistiu, foi vitimada e passa a ser tomada de tal forma pela culpa, que inicia o pensamento fixo de que deve ser punido e só andará então pela mesma rua, como uma maneira de se penitenciar, revivendo diariamente a mesma dor.

Ou ainda inicia um processo de contagem de números: se contar até um número par, não acontecerá mais tragédia. Daí conta até cem, mas de repente se o número da sorte for o cento e doze? Conta o cento e doze. Se perto do local havia uma porta, a partir daquele dia toda vez que vir uma porta, vai fechar os olhos, ou mais, começa a andar de olhos fechados, para que não exista a possibilidade de vir uma porta, ou sempre que avistar uma porta, começará a orar ou toma um banho longo logo após o fato, mas continua se sentindo suja e inicia uma jornada eterna de banhos longos(existe banhos que duram até mesmo dez horas diárias). E por aí vai... Estas são algumas das mazelas a que a mente de criaturas mais desavisadas estão sujeitas.

Se uma pessoa vitimada, sobretudo de abuso sexual, conversar com alguém sobre a experiência, por mais doloroso que seja fazê-lo, certamente diminuirá as chances de sofrer um transtorno de comportamento com a amplitude do TOC.
Portanto, por menor que seja o seu problema, ou a sua angústia, divida com alguém. Na falta de um psicólogo, busque um amigo ou um parente de sua confiança .

Será de grande valia, pois com esta conversa, um bom choro e um forte abraço, você poderá evitar um inferno mental que pode se tornar perene. Se você não tem um amigo em quem possa confiar e desabafar, não espere lhe acontecer mais uma tragédia, pois você já estará vivendo duas, o TOC e a falta de amigos. Corra e procure um profissional para conversar e descobra porque o mundo inteiro se relaciona entre si e você não. Bom meu caro,você é que sabe, este foi apenas um TOC.