quarta-feira, dezembro 09, 2009

O AMOR


Todos falam do amor, todos alegam sentir amor, muitos delegam a vida ao amor e quase todos reclamam um amor.

Fiz uma concisa reflexão sobre o amor e confesso que agradeci aos oráculos por nunca ter dependido do amor para ser feliz.

Observo os jovens, o quanto eles profetizam o amor, dizem “eu te amo” com a facilidade com que trocam de roupa. Percebo as mulheres em geral, sempre buscando um amor, amor perdido, amor que nunca foi achado, amor romântico, amor escrachado, amor pervertido e jamais declarado.


Eu penso que o amor é um estado absolutamente transitório que sucumbe a seus efeitos quem estiver no lugar certo na hora certa e a partir de certa disposição que o emissor do amor resolveu ter.


O sortudo, ou a vitima terá como quinhão o privilégio de ser dono dos pensamentos do amado, dono de suas vontades se o momento for o do amor submisso, será o algoz do amado se este quiser um amor bandido, terá sexos longos e duradouros e direito a um gostoso cochilo pós-transa, que pode ser ardente ou amorosa, com juras descaradas de amor ou silêncio clerical; será receptor de beijos escancarados ou dissimulados a depender do grau de liberdade das partes; ouvirá juras de amor eterno ou fará a linha independente do aqui e agora, mesmo que no fundo deseje vê-lo todos os dias.


Existem milhares de discursos, a depender da história imediatamente anterior vivida. Por outro lado, considero que o sujeito que não se ama muito, não possui recursos suficientes para dar ao ‘outro” o tal do amor.

É preciso se amar para poder expandir este sentimento até o “outro”. Falo do verdadeiro amor, que é este capaz de sentir vontade de estar por perto grande parte do tempo, dizer coisas bobas e fazer o outro se sentir no céu.

Se este amor for verdadeiro, ou seja, se ele estiver dentro da pessoa, e o que ela oferecer for apenas uma expansão, o amor lhe fará muito bem e quando ele se exaurir, a única coisa que irá acabar é o que se expandiu, e o individuo continuará se amando, continuará feliz. Ele poderá até sentir saudade, mas estará inteiro.

Já o amor que quando acaba deixa o coração partido, não é amor verdadeiro, pois a pessoa que tenta dar aquilo que não tem dentro de si , está se sabotando, tentando se iludir, fingindo que a sua plenitude depende do “outro”, e esta é a maior prova de que este sentimento não conseguirá se sustentar e lhe deixará esgotado, infeliz e o que é pior, culpando a vida, culpando o mundo por não ter um amor, sendo que o sujeito não se colocou inicialmente como objeto deste amor.

É preciso se amar para poder amar, é preciso entender o amor com a transitoriedade que lhe é peculiar; é preciso saber viver a vida com as possibilidades maravilhosas que ela oferece para que possamos expandir o nosso mundo, conhecendo pessoas, amando-as, sem sermos egoístas a ponto de colocarmos nossas vidas nas mãos do ser amado, como se o próprio já não tivesse também a sua vida e a si mesmo para amar.

Quem não se ama, não consegue adquirir o respeito e o direito de ser amado. Isto é o amor.


Núbia Feitosa

domingo, março 22, 2009


O que eu fiz
Eu nada fiz
Andei por aí
Com lamentos

O que eu fiz?
Sei lá
Quem sabe
Nunca sabem
Nem eu sei...

O que sei?
O que vi
Nada vi
Só pegadas

Desapegadas, sem eira
Sem beira
Sem prego
Sem encosto

Do que reclamo
Não preguei
Não andei
Só cerquei
O querer
Núbia Feitosa

Olhei
O sorriso não era mais o meu
Olhei
O meu sorriso não era mais meu
Olhei
Já não sorria mais o meu sorriso
Apenas olhei
Já não tinha mais sorriso

Parei
já não pude mais sorrir
Parei
Já não pude ver em mim
Parei
Já não tinha o que ver
Parei
O que vi não era eu

Chorei
Minha morte não morrida
Chorei
Minha morte tão doida
Chorei
Cega de saudade do passado
Chorei
Por um canto encadeado

Olhei
As lágrimas já escorridas
Parei
Das cinzas faço a arte
Chorei
A vontade era tanta
Senti
O céu mudar de cor


Núbia Dutra

domingo, novembro 30, 2008

A SÍNDROME DA VIDA MODERNA


Quando entrei no elevador, um homem já estava lá. Olhei para os meus pés, senti as mãos inquietas, juntei os pés, olhei de soslaio pra ele e senti minha cabeça formigar. Meu nariz coçou, eu coçei; minha bochecha coçou, fiquei com vergonha de coçar, respirei. Olhei para cima de mansinho, e com o canto do olho, percebi que ele me observava, corei. Baixei os olhos e pensei: “ele vai me atacar”. Olhei para o painel: ainda estavámos no quarto andar e eu ia para o décimo, mas quando apertei o quinto, ela já havia passado, “dancei”.

O elevador abriu no sexto, e eu não consegui me mexer, fiquei estática olhando o vão da porta... olhei para ele desesperada, que me olhou como se eu fosse louca. Apertei o sétimo: ele me olhou confuso, e sem se mexer, ainda assim eu pensei: “é agora que ele vai me estrangular!”. O elevador parou, desci sem olhar para trás. Quando o elevador se foi, apertei o botãozinho, chamando-o novamente. Meu corpo tremia, mas eu me sentia esperta: “me salvei. Ele vai matar o cão, não eu... com aquela cara de estuprador...” . Eu estava em pânico, mas viva. Em pânico todo mundo fica, o que importa é sair ilesa e eu estava ilesa, quase borrada, é verdade, mas ilesa.

O elevador chegou. Entrei cabis-baixa ainda me recuperando da tremedeira. Vi a porta se fechar e ao levantar a cabeça: me deparei com o mesmo moço! Minha bexiga gritou, lembrei das séries policiais na TV à cabo, pensei nos filhos, nos amigos e até nos inimigos, e fechei os olhos para não ver meu fim. O elevador parou. Eu não sentia dor. Mexi a mão, ainda estava lá; toquei a perna, ainda estava lá; passei a mão na face e senti o sangue escorrer , “não é adocidado igual dizem nos filmes”, abri os olhos devagar e vi que não era sangue, era o meu suor.

Olhei para o painel, que indicava o térreo, e senti as cãibras percorrerem o corpo todo... O moço desceu do elevador olhando para mim, lançando chispas de medo e tudo o que consegui foi forçar um sorriso amarelo para os que pacientemente me esperavam sair do elevador para dar lugar a eles, que, em segundos, sentiriam o que eu havia acabado de sentir mentalmente, afinal tudo não passou do delírio de uma das milhões de loucas que sentem o mesmo medo, cada vez que se defrontam com um estranho em um elevador.

É a síndrome da vida moderna, que acha pouco o número de loucos que já fez e se empenha em fabricar mais. Bem vindo ao clube você também, pois ainda que diga que não, sente sim, o que acabei de passar no elevador.

Núbia Dutra

sábado, novembro 22, 2008

QUASE


QUASE POSSO SENTIR
TUAS DÚVIDAS
QUASE POSSO DESFALECER
INCRÉDULA

QUASE VENHO A TE SENTIR
TÃO LONGE
QUASE POSSO DECIDIR
EMBORA NÃO DEVA POR TEU NOME

QUASE ME ARRASO ERRADO
QUASE ME ABAFO EM LEMBRANÇA
E CALADA QUASE ME DOU NOVAMENTE
ERRADA

Núbia Dutra

domingo, novembro 16, 2008

O CONSOLO À DESPEDIDA


Li a carta de despedida
de Gabriel Garcia Márquez.
Li a dor da impotência,
vi a dor da quase ausência.

Senti a falta dos anos dourados.
Ouvi o solfejo desesperado.
Não me escuso de assumir
o quanto a sua dor me tocou.

Não importa a sua fama,
nem que fosse alguém da lama,
meu pesar seria igual.

Pude ver as mágoas,
pude ver o seu não ir;
pude ver o querer ficar.

Vi até o que já foi,
pude ver as reservas
de construções não acabadas,
sei também das baladas
que não poderão ser dançadas.

Vi um choro seco como o deserto;
vi um ente apaixonado;
vi arrependimentos da labuta;
vi desejos não alcançados.

Quanto seu pesar da ida me tocou.
Quisera eu poder transcender,
ter consigo um momento,
lhe acalentar em um intenso silêncio
que frase nenhuma pode alcançar.

Abrandar o seu medo,
encolher sua dor,
trazer-lhe numa bandeja
um minutinho a mais,
meu até, eu lhe daria
e nada cobraria
por uma ilusão de paz.

Peço que o pai lhe alcance
e sem pressa lhe console.
À moda da viola,
ou com um tango apaixonado,
diferença não fará.

Desde que não lhe mostre a pistola,
desde que não lhe dê a esmola,
pois filho nenhum rirá.

Basta que o pai plasme
um lindo jardim de violetas
com cheiro de laranjeiras,
com rosas muito brejeiras
e hortênsias a lhe cercar.

Que lhe mostre a cor lilás
como um sinal da paz
e lhe aperte em seu seio.

A mim só resta a prece
de quem não o conhece,
mas os medos são iguais.

Ide aos céus, irmão
e verás que lá também tem paz
e quem sabe uma pena
com restinho no tinteiro.

Quem sabe um candeeiro
para te continuar,
para nos iluminar
com as letras universais
lá no jardim da paz.

Rezarei em verso e prosa,
arriscarei algumas rimas,
rimas pobres, rimas ricas,
mas a sua regalia
não terá avaria,
sairá do coração.

terça-feira, novembro 11, 2008

QUINTO DOS INFERNOS

Tenho andado pelas ruas, simplesmente andando, sem dar por mim, sem dar por ti, sem dar por nós. Penso que pequei. Penso que pecamos cada vez que saímos às ruas sem ver a beleza das arvores; andamos pelo asfalto sem nos dar conta que ali tem suor pesado de gente que trabalha; ouvimos o canto dos pássaros como se poluição sonora fosse, sem agradecer por sua comunicação cantada. Olhamos as pessoas amassadas nos ônibus, sem agradecer pelo carro; cruzamos a rua quando olhamos o papelão que abriga o sem teto, esquecendo de agradecer a casa com paredes sólidas.

Esquecemos de agradecer a vida. Nunca nos lembramos de tratar os outros como se fossem nós mesmos. E assim a tolerância se esconde por detrás do stress, e dos ditados populares: “pensar na vida não rende dinheiro”, “tempo é ouro”, quando tudo isso não passa de coisa de filósofo de mesa de bar, ou não?

Quem de nós acorda e vai até a janela agradecer ao sol, agradecer ao dia, sorrir por estar vivo? Enquanto tantos estão nos leitos dos hospitais vegetando através de aparelhos...

Quem de nós racionaliza e economiza as palavras cruéis direcionadas ao outro, quando nós mesmos não gostaríamos de ouví-las?

Quem de nós se priva de uma paqueradinha enquanto a cara metade trabalha para dividir o orçamento da casa?

Quantos de nós passam por esta vidinha de meu deus olhando o focinho de outro e esquecendo o seu próprio rabinho?

A verdade é que tratamos o mundo como se ele estivesse aos nossos pés e existisse somente para nos servir. Acabamos com a água, poluímos o ar, invejamos e matamos, tudo pelo poder.

Se você acha que estou errada: comece a escovar os dentes com a torneira fechada e depois me prove que, ao morrer, todos não viram carniça. Prove que você será o único a continuar lindo. Aí então eu cairei aos seus pés, ó miraculoso!


quinta-feira, novembro 06, 2008

SUBLIMAÇÃO

Existe um tecido macio, cujo toque é muito agradável e sutil, que dá uma sensação de leveza, cujo nome é veludo e que é fácil de encontrar.

Existe uma fruta gostosa, cheirosa, de pura maciez, chamada pêssego que só é encontrada em seu esperado período de safra.

Existe uma sensação muito gostosa, delicada, refrescante, calmante, purificante. Denominada SUBLIMAÇÃO.

É raro encontrá-la, mas é possível e só depende de você. Cada pessoa possui um potencial de sublimar sentimentos e emoções negativas, desde que delas tenha total consciência e se determine a neutralizá-los. Sublimar é compreender que cada mau pensamento é infrutífero, que cada ódio faz parte de um processo autofágico e que liquidá-lo de forma serena é preciso. Sublimar é separar o seu lado primitivo do seu lado necessário. É trazer à tona o seu lado racional-emocionado.

Você acha que ele não existe? Então vamos pensar juntos. Num primeiro momento, pensamos em ser racional, pois logo vem o entendimento de que nossos pensamentos devem ser gelados, desprovidos de sentimentos, frígidos. Mas aqui me refiro à importância de que cada pessoa traga para junto de si o controle de seus sentimentos de forma a transformar os agressivos e rancorosos em sentimentos de resignação e perdão. Este é um pensamento racional e trás em seu bojo, a emoção do perdão, da aceitação.

Não estou falando do absurdo de dar a “outra face”, falo da possibilidade de criar mecanismos INTERNOS E PESSOAIS que possam evitar que a outra face seja ferida, ou até mesmo para evitar que se fira a face de alguém. Falo de um encontro íntimo, de você com o seu verdadeiro eu, através do qual você irá confessar os seus “podres”, (já que todos nós os temos) a si mesmo. Só você os ouvirá, mas caberá a você ser consciente o suficiente para ouvir a sua própria voz e compreender onde está errando, de que forma isso fere as pessoas e equacionar mudanças sutis, mansas, lentas, macias, de sabor agradável, refrescante, de suave toque, que cheire bem. Esta é a própria SUBLIMAÇÃO.

Você dúvida? Pois feche os olhos, recoste seu corpo na cadeira, relaxe os pés, feche os olhos e comece mergulhar em sua própria essência, em todos os seus feitos. Sinceramente, você gostou de tudo o que fez até hoje? Boa SUBLIMAÇÃO.

terça-feira, novembro 04, 2008

DUNAS

Subi no pau-de-arara com cadeiras macias ao contrário das de outrora. Prendi a respiração, desejei minha cama pensando nos ramais a percorrer, me perdoe se sou urbana. Que blasfêmia, que heresia! Pois quase perdi a primazia da natureza universal. Tanto cajú a dançar sobre minha cabeça a cada metro vencido e percorrido no arrochado caminho ermo, as carnaúbas absolutas lutando contra o vento onipotente, a plantação nativa tão soberana, o velho carro tão resistente.

Os galhos secos a me fustigar, aquelas dunas a me embebedar, qual o que? Eu sou apenas uma mulher, que como as dunas tem um par de peitos, mas o meu despeito é que meu defeito é não poder mudar. Mudar de lugar, mudar de curva, me insinuar, deixar o vento me navegar. Assim são as dunas lá dos lençois no Maranhão, que se transportam, formam curvas, corpo de mulher insinuante, mas tem o condão para no segundo olhar já terem mudado de lugar.

Coisa imperiosa, diante de teus olhos o vento desfaz os desenhos curvilíneos da areia e muda de norte para sul, te deixando nu, só a alma e a pureza das brancas dunas, te pondo de joelhos, curvado e enebriado berrando que Deus existe e que o cão nem passou por lá.

Falo da paisagem adornada pelas ovelhas a pastar no lagoa seca que logo haverá de alagar, falo das palmeiras trepidantes com o vento a lhe dominar, falo da imensidão que teus olhos não hão de alcançar, falo do céu tão azul que só Deus ousou desenhar, falo de gente sem dente que o dinheiro não deu para tratar, falo da montanha de neve que só o vento vai desmanchar, falo da minha terra que tem dunas a doidar. Onde todos são apaixonados pelas Dunas de lá.

Terra pobre, que recebe gente rica que fica mais rica, quando decide por lá se arranchar, levando seu quinhão para longe, outra nação, mudando de opinião de que o mundo vai acabar. Já os de lá, que outros mares nunca viram, se rifam por quilos, que de grão só um dia de riso lhe dá. Mas as dunas não ligam, não se envolvem, não se apegam, vem e vão, dançam seu baile, que nem em braile irá perdurar. E eu respiro cansada, ou mesmo extasiada de tentar analisar. Que engodo cruel! Nem mesmo um papel poderá relatar a beleza dos campos, da relva e dos prados que as Dunas vão encantar.

terça-feira, outubro 28, 2008

Gente, people ou pô meu?


Eu estou assím, meio que querendo uma coisa "clean", "sei lá meu", "tipo isso"... (risos) entendeu? Eu também não. Então você talvez entenda que eu não entendi nada quando a recepcionista de um hotel da capital mineira me perguntou se eu já ia fazer meu “checalt” (e não adianta falar mal que eu não vou escrever em inglês) e eu respondi: “Como senhora?”. Recebi um olhar de desprezo e uma resposta ácida como soda cáustica... “CHECALT, a senhora vai fazer agora?”. E eu rebati: “Desculpe é que pensei que eu estivesse no Brasil, mas avise seu gerente que eu estou pedindo a conta.”

Paguei o motorista de táxi e agradeci, e ele disse “OK”. Quando cheguei ao aeroporto, uma não tão gentil senhora, funcionária da empresa aérea, me comunicou na fila que eu teria que me aproximar de uma máquina inteligente para fazer o meu “chequim” (já disse que não escrevo em inglês) e eu obedeci mansamente.

Na tela, a infeliz máquina oferecia várias opções, dentre elas a de proceder usando o CPF, mas quando eu digitava o número do meu CPF, ela acusava erro... enfim, não consegui acompanhar aquela tecnologia de "ponta" (de lança) e pedi ajuda àquela “adorável” pessoa, mas ela me deu o segundo olhar de repúdio do dia e disse "A senhora não consegue porque não está colocando o número do “e-tiquete” (desista). Arrisquei bastante constrangida, "A senhora está falando do número do localizador?”. Ela respondeu: “E-TI-QUE-TE”. Eu, vencida e humilhada, respirei fundo e disse bem baixinho: "Eu vou voltar para aquela fila de onde eu nunca deveria ter saído. Vou querer ser atendida por uma daquelas lindas atendentes... e corre lá e avisa que eu só falo português, caso contrário eu vou surtar aqui, enlouquecer, arrancar os cabelos, enfiar o dedo no nariz, fazer xixi no meio do saguão e voce não vai querer ver isso não é?”.

Assim, meus senhores, eu voltei pra casa uma pessoinha anarquisada, me sentindo, com amnésia em terra estranha. Conseguiu sentir o drama? Ahhh, isso não é nada! Assím que entrei em casa meu lindo filho pediu para ser levado ao estádio, ele e um amigo. No caminho ele me disse que o jogo seria o "maióbom" e o amigo requintou com um "é tipoisso", confesso que me vizualizei arrancando o cabo da internet e quebrando o computador de minha casa, fora as caveiras, martelos e caracóis que mentalizei, mas acabei me limitando a dar um sorrizinho e fui embora. De repente o celular tocou: era o meu big filho dizendo que o estádio estava "o maior vazio" e que ele queria voltar para casa. O amigo ficou por lá, tipo curtindo o "malzão do jogo".

Daí pensei: eu estou é dando murro em ponta de faca, assoviando e chupando cana, tocando o sino enquanto acompanho a procissão, furando água com pedra, cantando até rachar o bico, fingindo que filho de peixe peixinho é, deixando quem não me conheça que me compre, dizendo discunjuro, fazendo de conta que sou paidégua, arretada, pé de mulesta, que sou de arrancar o cano, que a coisa tá preta, que a coisa tá russa, que isso é coisa da puta que pariu, coisa do cacete, arre égua, que este povo tá pensando que é a bala que matou Senna ou a curva que matou Kennedy e que podem ir para as profundezas do inferno que eu só vou dizer “Ai, ai, mas eu estou é na TERRA BRASILIS”.


sexta-feira, setembro 19, 2008

LÁGRIMAS PARIDAS

ANDEI POR AÍ
ANDEI SOFRENDO
FIZ UM PARTO
DAQUELE PARTO

QUE ME PARTIU
E QUE PARTIU
E ME FLECHOU
E ME FECHOU
E ME DEIXOU

FOI SEM PENSAR
ALÉM DO MAR
NÃO SEI NADAR
SÓ ME APOIAR

FOI UMA ARESTA
DE UMA FRESTA
FOI UM TORMENTO
FOI UMA CULPA

VOLTEI AQUI
PRA ME SENTIR
ME APALPAR
E VELEJAR
ALÉM DO MAR

PODER TE VER
PODER TE BEIJAR
PODER TE CRER
PODER TE AMAR

quarta-feira, setembro 17, 2008

TENHO PENSADO

Sinceramente, resolvi mandar um e-mail para os meus amigos dizendo: “ Vocês estão proibidos de me telefonar. Não quero saber os seus segredos e não quero que o mundo saiba dos meus cabeludos" pra quem sabe depois subir na montanha mais alta e padecer de sofrimento no frio...

Você acha que eu estou louca? Então me explica como é que eu ainda posso me sintir à vontade para falar ao telefone se as pessoas não são grampeadas sozinhas?

Todo o pobre mortal que conhece alguém melhorzinho de vida está sujeito ao grampo, pois o infeliz não fala sozinho ao celular, ou fala? Não. Mas agora você pode estar resmungando: “ Quem manda ela ter boas relações...” E eu te respondo: “ Se eu me misturasse com gentalha vocês reclamariam; se falo com o rico, sou grampeada por tabela com ele; se falo com o político, estão todos grampeados: o corrupto porque o é, e o não corrupto porque pode ter algum podrezinho amoroso para servir de dossiê para o primeiro; se é juiz, tá grampeado. E pode ser que o grampeado também mande grampear e receba revanche do grampeado; se falo com o pobre, ele fala demais e vai contar podres que ouviu dizer e eu vou ter que testemunhar; se eu for do governo, eles me grampeiam; se eu for da oposição o outro me grampeia;

Tá confuso? Agora imagine, eu pensei bem e descobri que tá todo mundo lascado com esta ambição desmedida do homem, que não respeita mais nem a vida privada que já é tão esculhambada por outras mazelas humanas.

Sei, agora, vai dizer que é exagero. Ah é? Pois imagine você grampeado até na hora do gemidinho... um bando de arapongas sanguinários ouvindo teus As e Bs , rindo da tua simplicidade, da tua boa-fé, enquanto você se lasca para pagar os impostos que garantirão a boa vida deles.

Pense devagar, sem pressa, e depois me diga em que planeta você vai querer morar. Agora calma, meu fio, porque eu pensei primeiro. Então qualquer que seja o planeta que você ache o melhor: ele já é meu por direito. Ih! Puta merda, para que você foi responder? Agora eles já ouviram e vão chegar ao nosso paraíso antes. Besta, dançamos. Quem manda você falar demais...


APENAS UM TOC

A vida moderna, sequenciada por tudo que a cerca, têm suas vantagens: oferece instrumentos ao homem para que ele possa melhorar, se aperfeiçoar. Contudo, devido ao grande potencial mental, por estar cercado por elementos e variáveis estranhas, muitas são as marcas poderosas deixadas no homem.

É na mente que se encontra a capacidade de armazenar traumas que, se não forem sublimados ou analisados com ajuda profissional, tendem a se tornar malditos companheiros, transfigurando a existência das pessoas e criando-lhe sujeições nas mais variadas esferas da vida cotidiana.

Nesse sentido, é importante falar de uma das conseqüências mais curiosas e corriqueiras de um trauma: o TOC. (TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO), que faz com que a pessoa tenha a mente sobrecarregada por elementos traumáticos, tornando-se um constrangido e envergonhado escravo, muitas vezes discriminado pelos leigos ou pessoas que com ele convive.

Muitas são as possibilidades que geram o surgimento do TOC.

Pode ser desencadeada pela morte de um ente querido; por pressão demasiada sofrida na infância; não aceitação ao ambiente em que vive; e, sobretudo, em pessoas que já sofreram algum tipo de abuso sexual, principalmente na infância e não dividiram esta dor com alguém, criando alforjes pesados para o seu suporte.

Ao optar por não compartilhar sua dor o ente acaba privando-se de ajuda e passa a alimentar uma angustia que só tende a transformar-se em revolta, causando-lhe um transtorno capaz de transfigurar o comportamento de forma lenta e poderosa, pois é fato que uma dor represada é um perigo potencial para qualquer mente sã.

Entretanto, não estou dizendo que a experiência dolorosa, necessariamente, vá desaparecer de sua mente e que os problemas acabarão num passe de mágica. Afinal de contas, cada caso exibe sua singularidade, pois singular é a pessoa e infelizmente (ou felizmente) a mente humana não vem acompanhada de um manual (vai que ele cai na mão de um humano, aí o diabo vira moleque).


Outro aspecto importante a ser citado sobre traumas dessa natureza é o quanto é comum que a vítima comece a se torturar achando que tudo só aconteceu porque vacilou, deu bobeira, ou porque deixou de fazer isso ou aquilo.

A pessoa olha pra trás, para e pensa: “Eu poderia ter feito isso” ou “eu não deveria ter ido a tal lugar” poderia ter gritado, enfim... a mente procura exercer fixações inerentes a algum aspecto que tenha envolvido o evento desencadeador. Também é comum que a pessoa que foi agredida passe a considerar o lugar da agressão como maldito, e não mais se permita passar por ali,ou por qualquer semelhante. Iniciando assim uma verdadeira peregrinação, andando mais, ou buscando ruas diferentes no afã de evitar o contato com qualquer similaridade com o evento, pois fixou a idéia de que ao passar por alí o pior poderá se repetir.

É freqüente também que traumas se desenvolvam a partir de situações como essa: a mãe havia dito à criança que não percorresse tal caminho, pois o mesmo era perigoso, escuro, etc. Mas a pessoa insistiu, foi vitimada e passa a ser tomada de tal forma pela culpa, que inicia o pensamento fixo de que deve ser punido e só andará então pela mesma rua, como uma maneira de se penitenciar, revivendo diariamente a mesma dor.

Ou ainda inicia um processo de contagem de números: se contar até um número par, não acontecerá mais tragédia. Daí conta até cem, mas de repente se o número da sorte for o cento e doze? Conta o cento e doze. Se perto do local havia uma porta, a partir daquele dia toda vez que vir uma porta, vai fechar os olhos, ou mais, começa a andar de olhos fechados, para que não exista a possibilidade de vir uma porta, ou sempre que avistar uma porta, começará a orar ou toma um banho longo logo após o fato, mas continua se sentindo suja e inicia uma jornada eterna de banhos longos(existe banhos que duram até mesmo dez horas diárias). E por aí vai... Estas são algumas das mazelas a que a mente de criaturas mais desavisadas estão sujeitas.

Se uma pessoa vitimada, sobretudo de abuso sexual, conversar com alguém sobre a experiência, por mais doloroso que seja fazê-lo, certamente diminuirá as chances de sofrer um transtorno de comportamento com a amplitude do TOC.
Portanto, por menor que seja o seu problema, ou a sua angústia, divida com alguém. Na falta de um psicólogo, busque um amigo ou um parente de sua confiança .

Será de grande valia, pois com esta conversa, um bom choro e um forte abraço, você poderá evitar um inferno mental que pode se tornar perene. Se você não tem um amigo em quem possa confiar e desabafar, não espere lhe acontecer mais uma tragédia, pois você já estará vivendo duas, o TOC e a falta de amigos. Corra e procure um profissional para conversar e descobra porque o mundo inteiro se relaciona entre si e você não. Bom meu caro,você é que sabe, este foi apenas um TOC.

quinta-feira, agosto 02, 2007

LOGO CEDO?! AMÉM

É comum as pessoas acordarem com alguma vontade especial você já percebeu? Têm pessoas que dizem que estão com vontade de comer uma coisa “que não sei o que é”, tem gente que tem vontade de beber, tem gente que tem vontade de.... bem, eu acordei com vontade de ser elogiada , talvez fosse o meu doce ego rebobinando suas birras, os cabelos brancos mostrando seu poder, mas eu queria mesmo era ser mimada, agraciada.

O que mais pode agraciar uma sagitariana senão um amaciamento no “talent” amador? corri para meu mural de visitas da usina. eu confesso que fui modesta, não imaginei que recebesse tanto! um cristão em roupa de satã me mimou com tantos adjetivos que me fizeram confiar cada vez mais no poder coloquial. me chamou de animal e desejou que eu fosse estripada, alegando que sou a favor do aborto. fiquei encantada com o poder que a escrita tem de desencadear as perversões mais secretas através da interpretação. abençoada mente que revela quando quer, nas entrelinhas é certo, todos as frustrações contidas e construídas ao longo de uma vida.

Pergunto-me em que momento de sua leitura este ser tão primaz conseguiu saber que eu sou a favor do aborto. Logo euzinha! Tô magoada, eu que amo a vida e a natureza: sou,é claro, a favor dos direitos, e neles incluo o direito das pessoas decidirem se querem ou não ter filhos. Mas o ser humano tem a prerrogativa de ver o que está dentro do seu mundo e alcançar o nível evolutivo de ver além de nós, é algo a ser conquistado devagar, com desprendimento e perdão. Perdão? Deus, os cristãos não perdoam? Estripar não trás a morte? e os dez mandamentos? ai, ai, ai, agora lascou tudo! Como é que alguém descobre um jeito de dizer que eu estou certa me executando friamente? O filme psicose passou foi longe, menino...

Senhor, venho a vossa presença pedir perdão por este herege que com certeza adentra diariamente em teu templo e esconde tantas maldades atrás das grossas colunas de concreto e segura a bíblia para o padre rezar. ó deus fazei com que este padre não seja um daqueles que estão fazendo a igreja católica desembolsar milhões com indenizações para vitimas de pedofilia e abuso sexual. Perdoai senhor, pois se não fossem eles a igreja não teria que vender algumas propriedades para fazer os pagamentos.
Ó senhor em tua misericórdia, não obrigue este cristão a aumentar o dizimo, pois ele pode precisar deste dinheirinho para indenizar uma mulher por espancamento. por fim senhor, perdoe-o por me chamar de animal, ah! senhor eu que tenho seis cachorros, um galo chamado Raimundo e uma galinha chamada Raimunda sei que estou longe de conhecer a pureza que neles reside. Quem sou eu mestre para aceitar tamanho elogio logo cedinho? Ó pai, mas é tão bom ser elogiada que eu vou aceitar, me perdoe senhor, eles não sabem o que dizem, e eu sou egóica, amanha rezarei mais, amém.

quarta-feira, maio 02, 2007


LATIM O BOBO NÃO ENTENDE

Tenho visto muita heresia nesta minha curta vida longa. Tenho visto o “machão” à moda antiga sumir, tenho visto o gay sair do armário, tenho visto marido cozinhando e mulher colocando azulejo...

Mas não deixo de ver, e continuo a me indignar, com a postura recorrente da igreja Católica, assim como não paro de me assustar com a cegueira dos beatos: a Santa Sé ACABA DE PUBLICAR a exortação apostólica do Papa, intitulada Sacramento do amor através da qual sugere que as grandes missas sejam rezadas em latim; critica os carismáticos sugerindo rigidez no trato com o “sagrado”; pede maior utilização do canto gregoriano, e quanto aos comportamentos dos súditos, a “ralé-eza”, nomina o segundo casamento como “chaga social” (imagine como ele se refere ao terceiro, ao quarto e ao quinto então...); confronta a eutanásia, o aborto e os gays.

E aí, dá para você caríssimo? Quer dizer, cabôco tem que sofrer mesmo. Sofrer nas garras do maldito cônjuge, parir filho de estuprador,sofrer de lepra até a morte do último cotôco...

Meu Deus supremo, onipresente, piedoso, misericordioso, sagrado, Vós que nunca imaginardes que teu súdito fosse pagar dízimo(não é periódico, é eterno) que nunca suspeites que um dia fosse ver anel de ouro nos dedos santos de teus representantes, que não sabia que tinha tantos pedófilos no mundo, perdoe -nos e não nos deixe cair em tentação e não nos castigue deixando vir mais tsunamis na terra.

O negócio tá sério e ninguém diz nada. Eu tenho certeza que as pessoas precisam crer em um Deus supremo – eu, em particular, idolatro esta força cósmica que a tudo criou e a tudo mantém, e eu sei que mantém com amor de pai. Porém, contudo, todavia, sabemos que antes, não muito antes, a igreja exigia uma longa lista de milagres para canonizar alguém - e haja botar gente pra apresentar milagres! Agora, não precisa mais provar milagres. Gente, será que antes se exigia mais milagres no afã dos súditos seguirem o comportamento bondoso do santo?

Legal, mas, penso que perceberam que o stress não deixa mais ninguém ser tão bondoso, então deixaram pra lá este negócio de milagres. Querem tornar Santa a querida freira Lindalva que foi assassinada com 44 facadas!!! Tudo bem, quem é que vai explicar lá no céu para milhares de mulheres assassinadas por maridos ruins, que ela foi morta e não pôde se separar porque a igreja não aceitou? Jesus, quem vai explicar para os rapazes que se suicidaram após serem estuprados por padres, que ser gay não é ser gay se usar batina? Que pode ser pedófilo, mas sem escândalo e ficando um tempinho no retiro espiritual.

God, e agora, que a pobre criatura, não aprendeu latim e vai ter que fechar o olho e cantar sem saber a quem está xingando. Deus, senhor pai traga “fumus boni júris” - traduzi do latim pra não humilhar: ”fumaça do bom direito”.

Gente boa, se olhar uma fogueira por aí: me avisa pra eu correr, pois nem canhota eu sou!


MUNDÃO SEM “PURTEIRA"


Neste mundo de meu Deus, tem gente de todo tipo, tem todo tipo de gente...

Você já percebeu que tem gente gorda que usa roupa larga para se enganar que está emagrecendo? Que tem gente magra que usa roupa apertada para se enganar que está engordando; outras que vão sempre ao médico fingindo que estão doentes para obter atenção; que tomam remédio demais para adoecer; que nem mesmo compram o remédio, só colecionam as receitas para piorar e ter sempre gente por perto; outras ainda que estão quase morrendo e não vão ao médico, com medo de descobrir que está perto do fim.

Tem gente que se magoa com os amigos felizes porque é infeliz; católico fervoroso que segura a bíblia para o padre rezar e que não tem paciência com os infelizes, desprezando-os e deles fugindo.

Tem gente falante que odeia seus pares que não lhe deixam falar; tem gente tímida que odeia, ou se apaixona, pelos extrovertidos; tem extrovertido que odeia extrovertido com receio da concorrência. Tem mulher que se amaldiçoa por ter casado com um machista, mas quando nasce seu varão, não lhe ensina a lavar a sua própria cueca, nem arrumar a sua própria cama, muito menos a brincar com meninas; tem vizinha que nem depois que sua filha engravida consegue deixar de caluniar a filha da vizinha e tem mulher que casou grávida que não deixa a filha namorar.

Tem também aquele tipo que anda farejando enterro na vizinhança, e quando descobre um, correm para rezar o terço, preparar o café, consolar a família e chorar mais que os entes queridos. Esse tipo patológico, normalmente tem um brilhinho de alegria no olhar enquanto exerce o seu “bom papel”.

Descunjuro! Eu nem quero velório, nem ser enterrada, pois como humana que sou, devo ter um pouco de cada um desses e não quero pagar tudo nesse dia. Quero mais é viver nesse mundão sem “purteira cum nóis” tudo dentro.

sexta-feira, março 23, 2007

CASA DE CACHORRO DOIDO


Quando exercemos o irrestrito direito à informação cidadã, assistindo à TV câmara, somos invariavelmente assaltados pela sensação de que “aquela nossa casa” é uma casa de cachorro doido”,. Pois nos defrontamos com paletós indo e vindo frente às câmaras, enquanto um corajoso discursa, fingindo que seus pares estão sentados lhe dando atenção e ouvindo atentos, ou então, sublima a incordialidade, lembrando que lá em seu estado, tem uma base aliada que lhe assiste.

A Primeira sensação que se nos apossa frente ao fato, é a de indignação. Contudo, em se falando de Política é preciso ligar as “oiça”, ficar de antena ligada, e buscar uma reflexão menos sofrível, não mais aprazível, mas, com certeza, mais sensata e relativamente mais realista.
Na verdade, quando um projeto entra em votação, ele já passou por comissões, já tem parecer contrário ou favorável de um relator e já foi objeto de discussão entre as bancadas e dentro das inúmeras correntes existente naquela casa.

Ocorre que no curso das discussões em plenário, outras discussões paralelas surgem, até porque, aqueles que prometeram apoio, em alguns casos, retiram este apoio, por um ou outro motivo, e como é comum na cabeça de um político, ele lá embaixo, já está é pensando no projeto seguinte, que vai aprovar com o apoio daquele que ora obteve o seu apoio.

Você está achando que assim não dá certo, que é um troca - troca, que nada é sério? Bom, eu tenho assistido, um pouco entediada, muitos jornalistas criticarem os políticos, tenho assistido os pseudo-intelectuais fazerem a mesma coisa, tenho visto gente comum descontar toda a raiva da inflação no couro do político. Deus sabe que eles merecem. Porém, Deus sabe também que eles não estão lá por obra do Divino Espírito Santo. Alguém votou (muitos alguéns) e mais alguéns ainda os extorquiram muito, antes de votar.

Pois não faz parte da cultura humana trocar favores? Não somos nós herdeiros do escambo?As mães não fazem o troca - troca de caronas, uma leva o filho da outra para escola e a outra trás, para economizar, embora seja mais recomendável acompanhar seu rebento e se fazer presente, um servidor não pede para o outro bater seu ponto, porque deu uma saidinha rápida, sem lembrar de avisar o setor pessoal de descontar as horas não trabalhadas, o Juiz ,que não mora na comarca, volta para o aconchego do lar normalmente as quintas-feiras, enquanto o povo trabalha até sábado meio dia, o eletricista que troca a fiação de sua casa, as vezes não esquece de devolver as sobras do fio e da fita isolante, os árbitros não vendem resultados de partidas de futebol, os jogadores brasileiros não ganham fortunas fazendo propaganda para multinacionais, enquanto os atletas brasileiros não conseguem patrocínio,os âncoras de TV, quando anunciam os salários de qualquer político, sempre não esquecem de dizer quanto vai para o leão e para o partido o qual o parlamentar pertence, esquecendo de mencionar o líquido, e não é verdade que não se questiona os salários milionários que uma elite da imprensa fatura somente para comandar jornais de meia hora de duração, enquanto a maioria ganha menos de dois mil reais?

Será que o Presidente da câmara não negociou com bancadas consideradas de direita, para poder se eleger,será que é de bom tom um partido comandar dois ,dos três poderes soberanos e “autônomos” de um pais? A verdade, caros senhores, é que indignar-se é preciso. Todavia, urge refletir, sem, contudo, se deixar manipular como massa moldável. Muitos são os interessados em desviar a nossa indignação do alvo certo. Tornou-se moda a sociedade aceitar discutir assuntos teleguiados, por este ou aquele veículo, conforme o setor à que ele pertença. O que não se pode perder de vista é que, nós os falíveis humanos estamos mais para vilão, que para vítima. Ser decente exige uma boa dose de dedicação e sacrifícios, que sinceramente a maioria de nós não está disposta a fazer. É muito mais fácil acusar que olhar para os lados.

Bom, seguindo a linha de raciocínio que tem sido imposta pela mídia e aceita por quase todos, que todo o mal do mundo é causado pelo político. Cristo, se nós é que elegemos a criatura! Se em época de eleição a feição do eleitor muda. Ele deixa de ser humilde e passa a tratar o candidato com certo desdém, exige deste que lhe implore pelo voto, encarna a sua soberania cidadã com todo o ser rigor. Ou... exige do humilde e dedicado servo candidato, que lhe diminua o fardo pagando alguma despesinha do cotidiano, sem querer ouvir que é contra a lei e que não pode ser ajudado que é crime...; parece caríssimos, que neste caso, o grande culpado pelos políticos serem culpados, é quem lhe dá o chapéu e a bengala, pois não, caros brasileiros? Assim sendo, não somos nós os incompetentes? É MELHOR COMEÇAR A IR PENSANDO: se deixar de existir político, quem poderei culpar? Pensemos rápido... Então tá.

segunda-feira, junho 19, 2006

AMOR ETERNO

É muito comum as pessoas dizerem que já tiveram um grande amor em sua vida. Que só se ama uma vez , que fulano é seu único e verdadeiro amor.

Estas assertivas partem do pressuposto de que só se vive uma única vida. Nasceu, viveu e morreu, simplesmente, ponto.

Partem também da premissa de que todos os outros relacionamentos que cada pessoa teve depois do único amor, não passou de uma enganação, tanto para si mesmo, quanto para com o outro, e que mesmo antes de você se relacionar com esta pessoa ela já estava relegada ao plano dos acessórios e não sabia, ponto.

Entretanto, não é difícil encontrar uma pessoa que possa testemunhar já ter cruzado com um alguém e ter soltado faíscas quando os seus olhos se encontraram. Faíscas de desejo, de pura atração, sexo lindo e primitivo ou faíscas de ódio, de inexplicável e gratuita aversão.

Também não é difícil encontrar pessoas que atestem ter nesta vida um amigo que tanto adoram. Aquele tipo se adora desde a primeira vez que se encontra e dos quais nos tornamos grandes confidentes. Parece até que já nos conhecíamos há tanto tempo...

É Possível que uma pessoa, tenha morrido em outra vida, deixando uma grande paixão para trás e esta paixão, por ter sido interrompida, fica “à flor da pele” de tal forma que, quando ambos se encontram nesta vida atual, imediatamente se linkam ou se arrepiam e normalmente dão um jeito de viver esta paixão.

Ocorre que, via de regra, as paixões não existem para serem eternas. Afinal, esta paixão, em outra vida se dava em ambiente diferente, podendo inclusive ter como agravante, o fato de aquele que hoje pertence ao sexo masculino, ter sido a mulher na relação do passado e vice-versa. Temos assim, tantas mudanças de variáveis que podem inviabilizar o cenário aparentemente eternizante de uma paixão. Muitas vezes, o que restava a ser vivido na história dos dois, era tão pouco, que uma vez vivido, logo é esquecido e “adeus Corina.”

Existem também o segundo caso. Onde uma pessoa “cruza” com a outra e a odeia de morte, até sente “agonia” quando lhe ouve a voz. É provável que tenhamos aí, algozes do passado. Inimigos que se odiaram, se feriram e muitas vezes se mataram. Algumas vezes, ocorre de encontrar uma pessoa com este perfil de repulsa, comentar com os amigos que não suporta tal pessoa e depois se apaixona pela dita cuja.

Dentro deste exemplo, não raro, encontramos os casos de crimes passionais, onde maridos ou namorados, matam seus pares e em muitos casos depois se matam . Ainda neste tocante, cumpre lembrar, que não se pode desprezar aquele aviso interno que diz: “fique longe”, que muitas vezes a intuição avisa e as pessoas desprezam. Quer exemplo? Os amantes demasiadamente ciumentos, que os desavisados costumam confundir com prova de amor.

Resta - nos a terceira possibilidade, que é a de encontrar um ser que se afina muito com você e que pode ter sido um parente querido no passado, ou mesmo um amigo muito próximo. Ao se encontrarem, os seres se reconhecem (tanto os amigos, quanto os inimigos, apenas não sabem nem como, nem de onde, devido à função da barreira de memória) se gostam e continuam sua história juntos.

Mas, é provável que você, caro leitor, não se permita acreditar em outra vida. Então, se seguirmos a sua linha de crença, posso entender que você é uma pessoa que se apaixona facilmente por um desconhecido? Olhou, arrepiou , gamou e transou? Certo. Ou, você antagoniza com as pessoas de graça, sem que nada esta criatura tenha lhe feito? Foram apresentados, se odiaram e você formou juízo de valor logo de cara? Foi isso que a sua mãe lhe ensinou? Certo. Ou ainda, você odeia o (a) cara e depois de algum tempo, começa a achá-lo fascinante, se apaixona por sua irreverência e por sua forma desrespeitosa de ser, pois ele(a) aparenta ter “muita personalidade”, lhe dando ordens, coisa que ninguém jamais ousou fazer e você logo larga todos os seus amigos, pois descobriu que eles não combinam com sua nova visão de mundo? Certo. Ou ainda, encontrou com alguém tão parecido com você, que se este alguém te deixar, o mundo caiu, acabou, não pode mais amar? Certo.

É provável que você esteja esperando que eu continue esta reflexão solitária. Errado, agora você pensa, se encontra e resolve como quer viver. Afinal, se sua opção for a de acreditar que existe outra vida, é você quem vai arcar com a sua decisão. Se você resolver que viemos do pó e para o pó voltaremos, é você que vai virar pó mesmo.
Então, Adiós.

quinta-feira, maio 25, 2006

LOUCURA

É comum nos defrontarmos com pessoas, às quais chamamos de loucas. Normalmente são maltrapilhas, estão sozinhas e falam o tempo todo, ora gesticulando, ora sorrindo ou ainda muito bravos com o "Ser invisível". Pois, bem, voce consegue recordar qual é a sua reação ( depois do medo) quando isso ocorre?

Cada pessoa, a partir de sua história, sentirá algo a ela relacionado, criando assím o seu repertório emocional. Contudo, por mais estranho que pareça o cenário, por mais grotesca que seja a visão de uma pessoa insana, é importante que se saiba que a loucura é algo que pode fazer parte da vida de qualquer pessoa e que não precisa de muito tempo para se alojar e flagelar a mente humana.

OPS, PINTOU A LOUCURA! Não é essa a idéia. Esta é uma simples amostra de como a mente funciona. Em um segundo voce está alegre e de repente, algo novo e assustador pode iniciar e desencadear um processo neurótico, levando uma pessoa ao estado de loucura. Dito isto, não se pode perder de vista, a necessidade de controlar seus instintos mais primitivos, a sua raiva, seu rancor, de forma a saber equacionar os melindros da mente.

Quando lhe vier aquela vontade de "chutar o pau da barraca", antes de faze-lo, ouça uma música de sua preferência, pense em algo que lhe seja agradável, alongue os pés e os braços, feche os olhos e procure um lugar vazio em sua mente (ele exise, acredite) e faça dele o seu refúgio secreto. Cada vez que voce estiver prestes a explodir, busque este refúgio mental, que voce pode embelezar com pensamentos bons e engrandecer com o silêncio.

Voce já ouviu o silêncio? Se não ouviu, é chegada a hora. Este grande amigo, o silêncio, tem um grande potencial. Através dele,você pode se encontrar, se conhecer melhor e assim controlar seus sentimentos e comportamento, mantendo-se no limiar da sanidade, da face lúcida da vida. Quando conseguir agir assim, voce terá aprendido a sublimar e terá encontrado um longo e agradável caminho para percorrer.


Boa Sorte!

sexta-feira, setembro 09, 2005

REGRESSÃO


Falar de Regressão é sempre uma grande alegria, principalmente por conhecer alguns tabus que cercam esta “janela” rumo ao passado. Sendo assim, ao falar do assunto, espero contribuir para que o conceito de regressão seja melhor compreendido, e ao final, aceito com naturalidade. A verdade é que não há porquê ser diferente, já que estamos falando de um “estado de lembranças”. Estado esse que qualquer pessoa pode atingir, desde que esteja interiormente disponível, ou seja, esteja aware, consciente do aqui, agora, plena e completamente.Explico: a Regressão nada mais é do que um conjunto de lembranças do passado, de forma que para regredir, ou lembrar, é necessário que a pessoa esteja comprometida com este desejo e com a necessidade de regredir. Somente assim, a mesma conseguirá “abrir” o seu inconsciente e deixar que as lembranças sejam liberadas.

Evidentemente, não é coerente, nem mesmo responsável, que o indivíduo busque a regressão por mera curiosidade, como por exemplo, a mais comum de todas: saber se foi rei ou rainha. Se todos fossem reis ou rainhas não haveria súditos, nem um reino a reinar, só haveriam os reis, os cedros e as coroas -- já imaginou que tédio seria?

O fato é que se deve buscar a regressão quando se tem “queixas”, ou profundas inquietações acerca de alguma característica pessoal. Sabe aquela coisa que você tem que não combina com você, que não te satisfaz, quando a vida parece não pegar pé, como se estivesse sempre morrendo afogado na beira do mar?
Muitas são as vezes em que uma pessoa diz que a sua vida não presta, que não sabe o que fez para Deus, que não merece aquilo que está passando. My dear, você já pensou na possibilidade de ter sido uma bela de uma “mala” no passado? Aquele tipo que matou muito, que desejou muito o mal de outro, aquela peçinha mansa, que jogava a pedra e escondia a mão? Não é censurável que se tenha pensado sempre que se foi a melhor pessoa possível no passado, de fato, é bem comum, mas não é recomendável que continues a pensar.

Afinal, não existe a possibilidade de alguém ter sido sempre a vítima. É certo que já fomos, e muito, o algoz, e acredite: as pessoas que foram vítimas podem estar bem perto de você. Pode ser aquela pessoa que você não suporta sequer ouvir a voz: seu pai, sua mãe, seu filho, aquele filho que parece um karma, que te faz pensar que ele foi trocado na maternidade mesmo quando você pariu em casa; ou aquele vizinho que te leva à delegacia cada vez que a sua mangueira presenteia o quintal dele com muitas folhas.Pois é, as suas vítimas lhe acompanham para que você tenha a oportunidade de resgatar, restaurar uma boa impressão, de facilitar para que deixe de te odiar, ou mesmo de te antagonizar. É a oportunidade de pedir perdão. Você pode estar se perguntando: “Como vou saber o que fiz?”.

Se você se fez essa pergunta, acaba de descobrir para que serve a regressão. Serve para que você consiga entender o que parecia inexplicável; serve para que você entenda o quanto se pode magoar sem querer, o quanto se deve pedir perdão, e para que você aprenda mais que isso: que o perdão faz bem a você mesmo, e que logo depois do perdão vem o alívio e a calmaria.

Parece difícil? Então console-se em saber que você também foi vítima de alguém. Por isso que tal começar a perdoar? Oh, yes!

quinta-feira, setembro 08, 2005

INTUIÇÃO

Por vezes nos pegamos surpresos ou incrédulos, diante de fatos que acabaram de ocorrer, pois um pouco antes do ocorrido havíamos pensado: “Isto não vai dar certo”, ou isso ou aquilo. Bom, sem dúvida, foi a sua intuição _ velha amiga e companheira, que estava lhe avisando acerca de um futuro evento, muitas vezes não muito bem sucedido. Mas é comum, que quando o evento porvir é muito importante para nós, o que nos deixa ansiosos, tenhamos medo de que o mesmo não ocorra e este temor não nos permita discernir o que é medo, do que é a velha intuição avisando que não dará certo.
Para os que, assim como eu, acreditam em vida após a morte, a intuição também tem outro nome: “Mentores espirituais”. Aqueles seres iluminados que em outra esfera espiritual, nos amam, protegem e avisam acerca de algum evento que possa nos dar esta ou aquela emoção. Geralmente nos avisam, no sentido de impedir que algo de mal nos aconteça. Esses mentores também são conhecidos por algumas pessoas como “Anjos da guarda”. Também é possível ouvir pessoas dizerem que a intuição é uma manifestação do espírito santo.

Well, na verdade, a denominação é no todo o que menos importa. O que certamente não se pode perder de vista, é que não estamos sozinhos no universo. Afinal, é muita pretensão imaginar que somos os seres exclusivos e merecedores deste lindo, perfeito E IMENSO universo.

Sejamos nós, filhos dos mentores, anjos da guarda, espírito santo ou irmãos da intuição, não importa. O que importa, é buscar dentro de nós mesmos, a humildade para compreender que não surgimos do nada e que do lugar do qual viemos tem alguém muito inteligente, capaz de criar maquinazinhas tão diabólicas, mas tão diabólicas, que ousam pensar que criaram a si mesmas.